Data de publicação: 8 de Março de 2016
English Review after the jump
Dill has had to wrestle with vipers his whole life—at home, as the only son of a Pentecostal minister who urges him to handle poisonous rattlesnakes, and at school, where he faces down bullies who target him for his father’s extreme faith and very public fall from grace.
He and his fellow outcast friends must try to make it through their senior year of high school without letting the small-town culture destroy their creative spirits and sense of self. Graduation will lead to new beginnings for Lydia, whose edgy fashion blog is her ticket out of their rural Tennessee town. And Travis is content where he is thanks to his obsession with an epic book series and the fangirl turning his reality into real-life fantasy.
Their diverging paths could mean the end of their friendship. But not before Dill confronts his dark legacy to attempt to find a way into the light of a future worth living.
Normalmente escrevo sempre a opinião de um livro assim que o termino ou no dia seguinte. Para este livro, tive de pensar bem no que ia dizer porque precisava de organizar bem as ideias. Mesmo assim, não sei se me vou conseguir expressar bem, mas vou tentar ao máximo transmitir a minha opinião da forma mais clara possível.
Eu pedi este livro no NetGalley porque já tinha lido coisas boas noutros blogs e porque muita gente falava deste
debut de 2016 (quem usa o NetGalley sabe que às vezes é difícil resistir a livros que já ouvimos falar bem), mesmo sem saber muito sobre a história. . Foi com grande surpresa que soube que tinha sido aceite para o ler e assim que pude peguei logo nele, sem expectativas nenhumas.
Resumindo muito resumindamente, neste livro seguimos um grupo de três amigos: o Dill, a Lydia e o Travis que estão no último ano da escola e encaram aquilo que ninguém gosta, ter de tomar uma decisão sobre o que queremos fazer no futuro. Os três vivem numa cidade pequena no Tennessee e só a Lydia, que tem um blog muito popular, tem sonhos maiores, como ir estudar para Nova Iorque. O Dill e o Travis encararam que a sua vida passa por viver na cidade onde cresceram e seguir o caminhos dos pais. No entanto, acontecem algumas coisas pelo meio que vão mudar a vida destes três amigos e é isso que vamos acompanhando no The Serpent King.
Começando pelas personagens, quem já acompanha as minhas opiniões há algum tempo sabe que para gostar de um livro, as personagens têm de me conquistar. Felizmente, isso aconteceu!
Aliás, este é um livro mais focado nas personagens do que na história e os três amigos foram personagens que adorei! Não houve um que não tivesse gostado e todos me tocaram de forma diferente.
Começando pela Lydia, tinha quase a certeza, pela sinopse não ia gostar nada dela.
I was so wrong! Acabei por adorar a sua personagem e a forma como não tinha medo de dizer o que pensava. Ela tem um blog de sucesso e tem objectivos bem definidos, ao contrário dos seus amigos. Adorei a relação dela com os pais e, claro, com o Dill e o Travis. Gostei imenso da forma de ser dela e de como a sua personagem evolui imenso ao longo da história. Todas as personagens crescem, mas acho que esse crescimento foi especialmente notório na Lydia, sobretudo a forma como ela vê os amigos e a sua vida numa cidade tão pequena da qual nunca gostou. Uma coisa que adorei e que é mínima é o facto de ela usar óculos e não ser aquela personagem típica que usa óculos que é muito tímida, fugindo um pouco ao estereótipo dos livros YA. Não que eu também não adore ler sobre essas personagens, mas é sempre bom quando encontro uma protagonista que usa óculos e que é simplesmente uma pessoa normal. Eu sei que não tem muito a ver, mas gostei deste pequeno pormenor.
Depois temos o Dill, que eu achei que acabou por ser um pouco o protagonista. Dill vem de uma família com um passado difícil e acaba por sentir que o que aconteceu aos outros homens da sua família vai ser também o que lhe vai acontecer a ele.
A história do Dill tem um tom um pouco diferente da do Travis ou da Lydia. O Dill vem de uma família muito religiosa e esse assunto acaba por ser abordado com alguma frequência. Não que seja um livro religioso porque só é mencionado porque o pai do Dill é pastor, mas houve partes em que achei um pouco demais para mim. Não que isso tire alguma coisa à história mas acho que faz sentido dizer-vos o que achei dessa parte porque acaba por marcar a vida do Dill e aquilo que acompanhamos quando seguimos a sua história. Esse assunto à parte, também gostei imenso do Dill. Tal como a Lydia, também o vemos crescer imenso ao longo da história, a sair da sua zona de conforto e a pensar melhor sobre o seu futuro. Adorei ver a forma como ele superou algumas coisas e defendeu aquilo que queria. A sua situação familiar é bastante pesada, mas gostei de ver a sua força para lidar com isso.
Em relação ao Travis, nem sei o que dizer. Acho que ele é a minha personagem preferida dos três. Ele adora livros e é obcecado com uma série de fantasia. Achei-o uma personagem super genuína e acho que é impossível não o adorarmos. Ele é este rapaz enorme, de quem todos têm medo, mas é tão querido. Tal como a Lydia e o Dill, também ele está a tentar descobrir quem é e qual a melhor forma de enfrentar alguns obstáculos. Ele é vitima de violência doméstica, o que infelizmente ainda é uma realidade bem presente hoje em dia, e o autor conseguiu captar aqueles momentos de forma bastante cruel. É daquelas coisas que até se torna difícil de ler porque nos parece real e nós sabemos que o é e não acontece só nos livros, infelizmente.
A amizade entre os três foi muito bem feita. É tudo tão genuíno, desde da forma como falam uns com os outros, como gozam mas se preocupam, como discutem mas sabemos que se o fazem é porque se preocupam mesmo uns com os outros, tudo. Achei que essa parte foi feita de forma brilhante e é por isso que este livro resulta tão bem. O autor conseguiu captar mesmo o laço de amizade que os três partilham. Eu que sou uma pessoa de romance e que só gosta de livros em que exista algum romance com um certo foco, neste ele só aparece lá para o fim e a amizade entre os três amigos é tão boa que nem senti falta disso.
Este livro é prova que, se existir uma relação de amizade bem explorada, não é preciso que o livro se foque todo no romance.
Quanto ao romance, e acho que não é
spoiler porque acaba por ser um pouco notório pela sinopse que ele vai existir,
achei que o Dill e a Lydia fizeram o casal perfeito! Muita coisa acontece antes deles admitirem os seus sentimentos um pelo outro, coisas bem pesadas, e a forma como os dois se aproximaram foi tudo o que podia pedir.
Nada pareceu forçado ou só uma estratégia do autor de incluir romance. Nada! Foi algo que o leitor já estava um pouco à espera e aconteceu na altura ideal, na minha opinião. Eu garanto-vos, o tempo que estive à espera para que estes dois se juntassem, valeu a pena. Eles são super queridos e nota-se mesmo que são, acima de tudo, melhores amigos. Eu nem vos consigo dizer quantas cenas deles tenho marcadas mas são muitas, acreditem.
A história acaba por ser um pouco o que já fui explicando ao longo da opinião, aquele período em que acabamos a escola e temos de tomar decisões quanto ao nosso futuro. Claro que acontecem muitas coisas pelo meio, coisas bem cruéis que me partiram o coração, mas é essencialmente uma história sobre o crescimento das personagens e como às vezes é preciso acreditarmos em nós e tomarmos a decisão mais acertada para nós, mesmo que muitas vezes estejamos sozinhos ou as outras pessoas não o percebam.
É um livro sobre crescer, sobre decisões, sobre ultrapassar aquilo que a vida nos dá. É um livro sobre a vida e retrata-a de uma forma bem genuína, crua e real.
Acabei por gostar imenso, imenso deste livro e a única coisa que me impediu de dar as 5 luas foi a forma como o livro é narrado e toda a parte da religião. Quanto à primeira, não esperava que o livro fosse na terceira pessoa e acho que teria gostado muito mais se fosse na primeira. Nós acompanhamos a história das personagens e o que elas pensam à mesma, porque os capítulos vão sendo alternados, mas há algo completamente diferente entre ler um livro narrado na primeira pessoa e um na terceira. Isto é um problema pessoal que provavelmente as outras pessoas não vão sentir, mas é o que é. Quanto ao assunto da religião, já o abordei um pouco em cima, mas essencialmente foi porque algumas daquelas coisas me deixavam a revirar um pouco os olhos e a ficar um tanto aborrecida. Não que retire alguma coisa da história, mas não sei, não gostei muito dessa parte. Outra razão foi talvez a altura em que li este livro não tivesse sido a melhor, bem como o tempo que demorei para o terminar. Não sei porque levei tanto tempo, acho que andava bastante cansada e olhar para o iPad não era algo que me apetecesse fazer, mas sei que se tivesse lido este livro em menos tempo, o impacto teria sido maior. Talvez um dia o releia porque acho que este é um desses livros que ganhou esse mérito.