10.8.14

Opinião: Monument 14


Título: Monument 14
Autor(a): Emmy Laybourne
Editora: Hachette Children's Books

Quando comecei a ler este livro, após as primeiras 60 páginas, achava mesmo que ia desistir a meio, pois não me conseguia ligar a nenhuma das personagens, a escrita irritava-me e até às 20 primeiras páginas achava que a personagem principal era uma rapariga, por não temos qualquer noção de quem é o narrador até alguém dizer o seu nome. 

Mesmo assim, continuei a leitura e ainda bem que o fiz. Se na primeira metade do livro achava que não ia dar mais que três luas, mais propriamente 2.5,  a segunda parte do livro surpreendeu-me bastante e mudou completamente a minha opinião sobre este.

Se no inicio a escrita da autora me irritava e não percebia o porquê daquela forma tão infantil de escrever, ao avançar na leitura, entendemos o porquê deste tipo de escrita, pois o objectivo é assemelhar-se ao máximo da forma como sum rapaz de 16 anos escreveria. Apesar de achar que se o tipo de escrita fosse outro, gostaria muito mais deste livro, mesmo assim percebi o porquê de a autora optar por escrever desta forma, tornando assim muito mais real tudo o que as personagens sofrem pois o livro é narrado directamente por um dos intervenientes da história, explicamdo pormenorizadamente tudo o que se passa e a forma como tentam sobreviver.

Neste livro seguimos a história de Dean, o nosso protagonista, e mais 13 crianças/adolescentes que acabam por ficar presos num supermercado enquanto o fim do mundo, com direito a todos os desastres naturais que se podem pensar, ocorre lá fora. A acção decorre em 2024, em que tudo depende de uma rede universal, não havendo qualquer hipótese de comunicação para o exterior quando esta rede é destruída depois de todos os desastres, o que nos obriga a seguir apenas a forma como os 14 miúdos conseguem sobreviver dentro de um supermercado, sem entendermos muito bem, tal como as personagens, o que se passa no exterior.

Penso que a autora conseguiu perfeitamente fazer do leitor uma personagem, uma vez que, tendo apenas o ponto de vista do Dean, que no inicio não tinha qualquer ligação emocional com quase nenhuma das personagens, o leitor também não a tinha, o que me impediu de me ligar com as personagens de inicio. Mas à medida que o protagonista vai começando a criar laços com todos os outros, o leitor também começa a entender e a interessar-se pelas personagens.


O que me levou a ler este livro em primeiro lugar foi a curiosidade de ver como 14 crianças conseguiriam sobreviver e organizar-se e a autora não desiludiu. Tudo é explicado, desde a forma como cozinham, organizam as tarefas e dormem. Estas foram sem dúvida as minhas partes preferidas e o porquê de querer continuar a ler o livro.

Este é um livro cheio de acção e momentos que nos surpreendem por completo. Apesar disso, achei que muitas vezes as personagens agiam de forma um pouco parva e parecia que se colocavam em perigo de propósito. Mesmo sendo crianças e eu perceber uma ou duas acções mais impulsivas, acho que algumas poderiam ter sido evitadas, se bem que não existiriam tantas cenas de acção se isso acontecesse.

Apesar da quantidade de personagens (14), penso que a autora fez um bom trabalho a criar personalidades distintas e gostei do facto de, mesmo com tantas personagens, ter conseguido formar uma opinião sobre cada uma delas. O espírito de família que se cria entre todos foi também uma das partes que mais gostei de ler e o porquê de querer continuar a ler, uma vez que fiquei bastante ligada às personagens no final do livro.

Recomendo este livro a quem procura uma leitura rápida mas com bastante acção e alguns momentos, sem dúvida, surpreendentes. Acabei por dar 3.5 mas apenas pela primeira parte e porque no inicio não me consegui ligar com as personagens. Entretanto já comecei a ler o segundo e, por já conhecer as personagens de inicio, estou a gostar muito.

3.5

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