15.7.15

Opinião: The Murder Complex

Título: The Murder Complex
Autor(a): Lindsay Cummings
Editora: Greenwilllow Books
Formato: Paperback
Meadow Woodson, a fifteen-year-old girl who has been trained by her father to fight, to kill, and to survive in any situation, lives with her family on a houseboat in Florida. The state is controlled by The Murder Complex, an organization that tracks the population with precision.

The plot starts to thicken when Meadow meets Zephyr James, who is--although he doesn't know it--one of the MC's programmed assassins. Is their meeting a coincidence? Destiny? Or part of a terrifying strategy? And will Zephyr keep Meadow from discovering the haunting truth about her family?

Action-packed, blood-soaked, and chilling, this is a dark and compelling debut novel by Lindsay Cummings.

Este livro foi muito falado pelo Booktube há um ano ou dois, mesmo antes de ser lançado, e foi assim que o descobri. Na altura não fiquei muito interessada em lê-lo mas depois de descobrir o canal da autora no youtube e de ver alguns dos seus vídeos, adorei a sua personalidade e fiquei com vontade de ler este seu debut no género YA.

Acho que a melhor forma de descrever este livro é como uma mistura de Jogos da Fome e Divergente, sem deixar de ser original. Normalmente não gosto muito de fazer estas comparações, porque cada livro é um livro, mas nestes caso pode dizer-se que se gostam destes dois livros, há uma probabilidade de gostarem deste também. Há muito tempo que já não lia uma distopia, um género que acabei por ficar farta por ler tantos livros iguais, logo voltar a ler um livro distópico foi algo que já não me lembrava como seria e acabou por ser uma agradável surpresa voltar a descobrir este género.

O começo do livro é confuso. Somos atirados para este mundo, com nomes estranhos e, certamente, com ideias formadas da sinopse, que acabam por não ser bem aquilo que encontramos. Não que seja algo negativo, mas pode tornar-se um pouco frustrante a certa altura porque nem conseguimos imaginar ou acompanhar bem a história.

Quando finalmente vamos percebendo como funciona o mundo, fiquei bastante surpreendida com a imaginação da autora. Não que seja algo que nunca tenha lido na vida, mas todo o ambiente criado e a forma como o mundo funciona foi algo que gostei de descobrir. Apesar disso, gostava que algumas coisas tivessem sido melhor explicadas e até de conhecer mais a fundo algo que só era falado um pouco por alto, como por exemplo, os tipos de trabalhos que cada cidadão executava na sociedade ou até mesmo o ambiente de revolta entre a população. É óbvio que ele existe e é várias vezes mencionado, mas gostava de ter visto mais sobre isto pois acreditaria mais facilmente que realmente a sociedade onde vivem é má.

Achei que a explicação de todo o conceito da história foi bem estruturada e original. Não quero revelar o porquê da sociedade ser assim, mas achei que fez bastante sentido e até já foi algo sobre o qual me questionei.

Apesar de entender a história e de conseguir acompanhar a acção, por vezes senti-me um pouco perdida, ou por já não me lembrar o que determinado nome significava ou por estar a imaginar a acção a decorrer num sítio e a meio reparava que as personagens já não estavam lá e a acção decorria noutro sitio completamente diferente. Isto pode também ter acontecido por não estar tão atenta à leitura, mas mesmo quando estava também me senti um pouco perdida.

Gostei muito da Meadow como personagem principal e da forma como defendia a sua família. Já do Zephryn, o protagonista masculino, tive algumas dificuldades em gostar dele. Algumas coisas nele irritavam-me um pouco, especialmente a slightly obsessão com a Meadow, algo que falarei mais à frente. Algo que gostei bastante foi o facto de ser notório que a protagonista feminina era a mais "forte" entre os dois, se é que isto faz algum sentido.

Quanto ao romance, e aqui é a parte em que se podem preparar para ficar chocados, preferia que ele não existisse ou se acontecesse, que fosse de uma maneira muito discreta e lenta. Se há alguém que goste de romance nos livros sou eu. Aliás, se um livro não tiver uma pontinha de romance, não fico com grande vontade de o ler, pelo menos quando não encontro, na sinopse, nada que me chame a atenção o suficiente para não precisar de romance. Mas neste livro, o romance não fez assim tanto sentido. Aconteceu de repente, sem qualquer explicação do porquê de tanta obsessão. Num dia eles não se conhecem, no outro o Zephryn já ama a Meadow e ela é "a mulher da vida dele". Acho que se a relação deles fosse daquelas slow burning, ou seja, fosse avançado devagar e acabavam por ficar juntos no final deste livro ou até no segundo, teria sido muito melhor. Pela primeira vez, o romance arruinou um pouco o livro para mim.

Quanto à escrita da autora, não achei nada de novo mas a autora escreve bem e o ritmo da acção é viciante, fazendo com que seja difícil largar a leitura.

No geral, acabou por ser um bom livro mas esperava muito mais dele. Apesar de ter alguns pontos originais, não é uma história completamente nova e acabamos por reconhecer a fórmula de todos os livros distópicos. Em compensação, achei que o final foi bem pensado e acabou num cliffhanger, mas ainda não sei se continue com a leitura desta duologia ou não. Acabei por dar 3.5 luas a este livro.

Este livro já foi publicado em Portugal pela Saída de Emergência com o título "O Complexo dos Assassinos".

3.5

8 comentários:

  1. Eu quero muito ler esse livro. O único motivo porque não o li na maratona do Between Lines é que não encontrei o e-book grátis em português e infelizmente em inglês ainda não consigo me desenvencilhar o suficiente.
    Beijinhos
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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    1. Tenho pena de não te poder ajudar. Espero que consigas arranjar forma do ler porque estou curiosa para saber a tua opinião sobre ele!
      Beijinhos

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  2. Adorei a trilogia "Divergente" e estava a adorar "Os Jogos da Fome" até chegar ao último livro, por isso, sim, fiquei um [pouquinho] mais curiosa. ;) Só que não gosto de capas feias e gastar dinheiro numa é para mim um sacrifício.
    Apesar de ler mais romance do que qualquer outro género, prefiro livros que não se centrem no romance em si e ele tem de me convencer. Se o romance não me convencer, então parte do livro deixa de funcionar. Maus romances ou romances apressados não ajudam a leitura e acho que é o que muitos autores têm feito: apressar o romance. :-/
    Beijinhos!

    *Mistery

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    1. Realmente não sei o que é que eles estavam a pensar quando criaram esta capa. É do pior!
      Concordo contigo. Ultimamente sinto que muitos dos livros, se o romance fosse menos importante, seriam muito melhores. Acho que os autores têm um certo medo que a história não convença totalmente e criam um romance para tentar agradar a todos. Às vezes resulta, mas noutras acaba por ser desnecessário.
      Beijinhos

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  3. Oi Catarina, encontrei teu blog e amei tuas resenhas. Tu tens o mesmo estilo literário que eu. A capa é muito feia mesmo, mas se o conteúdo é bom, tudo vale a pena. Fiquei empolgada quando li que é uma mistura de Divergente e Jogos Vorazes (embora o último JV não me conquistou muito). Não gosto de romances apressados ou sem sentido. Essa é mais uma série?

    Beijos

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    1. Olá Nina!
      Fico muito feliz por saber isso :)
      É verdade, algumas das minhas séries favoritas têm capas horríveis, mas o que interessa é a história em si.
      Sim, é mais uma série, mas neste caso só tem dois livros, este e o último que saiu nos US o mês passado, The Death Code.
      Obrigada pela visita!
      Beijinhos

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  4. Também de senti um bocado perdida quando estava a ler o livro.
    Eu gostei mais do Zephryn do que da Meadow :b
    Também achei que o romance não fez muito sentido no contexto em que surgiu mas a escrita é tão viciante que nem me importei...
    Bjs :)

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    1. Eu não sei, eu achei o Zephryn estranho e nem sei bem porquê :D
      O romance para mim foi mesmo a parte mais fraca mas a escrita é mesmo viciante!
      Beijinhos

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