Título: The Year I Met You
Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Harper Collins
Formato: Paperback
Depois de ter lido (e adorado) o primeiro livro que li desta autora, How to Fall in Love, assim que o terminei queria mesmo ler outra obra da autora. Aproveitei uma ida à fnac e com os pontos que tinha no cartão acabei por trazer este, bastante entusiasmada por achar que tinha descoberto uma nova autora preferida.
Não sei se fui eu que interpretei mal a sinopse ou se tinha demasiada confiança de que ia gostar de todos os livros da autora, uma vez que adorei o anterior, mas a verdade é que este livro não foi nada do que estava à espera, no mau sentido.
Neste livro seguimos a história de Jasmine, uma mulher de trinta e três anos que acaba de ser despedida e que se vê obrigada a ficar um ano sem trabalhar. O facto de odiar o seu vizinho da frente Matt não ajuda, muito menos quando o têm de aturar o dia inteiro.
Assim que peguei neste livro tinha quase a certeza que este seria um livro leve e fofo, em que o Matt e a Jasmine acabariam por ultrapassar as suas diferenças e criar uma relação amorosa. Mas tal como disse, por ter interpretado mal a sinopse, a verdade é que esta sua relação não passa de amizade, algo que sinceramente não estava interessada em ler.
Eu sei que neste aspecto a culpa é maioritariamente minha, por ter criado expectativas irreais de acordo com a sinopse, mas até poderia mudar de opinião, uma vez que acho a ideia de criar um livro em que as personagens principais, uma mulher e um homem, não têm nada amoroso e a sua relação passa simplesmente pela amizade bastante interessante, se tivesse sido executada de uma forma totalmente diferente.
Começando pela escrita, que é aquilo que nos apercebemos logo que começamos a ler o livro. Tinha adorado a escrita de Cecelia Ahern no How to Fall in Love, logo esperava que o mesmo acontecesse neste livro. Logo de inicio somos confrontados com uma forma de narração que não me agrada particularmente, pois a história é narrada pela protagonista como se a estivesse a contar ao Matt, na 2ª pessoa do singular. A ideia poderia ter tido potencial, mas na minha opinião não resultou muito bem, tornando-se até um pouco irritante.
Quanto às personagens, começando com a Jasmine, achei-a bastante irritante e não me consegui relacionar com ela. É verdade que a situação em que a personagens se encontram neste livro é algo que nunca tive de enfrentar, mas chega a um pouco em que já se tornava chato ler sempre do seu ponto de vista e ler as suas opiniões tal como a forma como pensava. Não que seja uma personagem difícil de gostar, pois tem os seus momentos, mas é muito repetitiva e irritante.
O Matt é talvez a minha personagem preferida deste livro. Gostei do seu humor e da forma como descobrimos a sua personagem. No inicio, sempre conduzidos pela opinião da Jasmine, temos uma ideia dele bastante errada, algo que acaba por mudar ao longo do livro, até para Jasmine.
Gostei bastante do facto de existir uma personagem com síndrome de Down e este é mesmo um dos pontos mais positivos neste livro. Como nunca li nada sobre este assunto, fiquei muito curiosa em conhecer uma personagem que sofre desta doença. Neste aspecto achei que a autora fez um óptimo trabalho e explicar a leitor aquilo que precisava para compreendermos esta personagem e as suas acções.
No livro, Jasmine acaba por descobrir um gosto para a jardinagem e muitos dos capítulos consistem em relatar o que ela fez no jardim e de pormenores sobre plantas que eu não tenho qualquer interesse. Isto tornou o livro tão chato que dei por mim muitas vezes a saltar partes.
A meio do livro um pretendente romântico de Jasmine entra na história e isto aborreceu-me ainda mais. Achei bastante desnecessário, pois se era suposto ser uma história de amizade entre Jasmine e Matt, para mim não faz grande sentido a introdução desta personagem. Penso que a autora decidiu incluir esta personagem não só para dar algum romance à história, mas também para clarificar a sua ideia de que a relação entre os protagonistas não passa de amizade. Percebi a ideia, mas cheguei mesmo a saltar partes entre esta nova personagem e Jasmine porque não me apeguei a nenhuma das personagens e, sinceramente, a essa altura só queria acabar o livro o mais rápido possível para poder passar para livros melhores.
Senti que este livro foi feito de momentos sem grande ligação entre eles e que estava constantemente à espera que algo interessante acontecesse, o que nunca aconteceu.
Muitas histórias foram abordadas e o mesmo número foram completamente deixadas sem resposta no final. Não consigo perceber bem qual o propósito deste livro porque não senti ligação a quase nenhuma personagem, não fiquei minimamente curiosa para saber o que acontecia e não houve história nenhuma para além do desenvolvimento da amizade entre os protagonista, que para ser esse o tema principal do livro, achei bastante mal desenvolvida. Parece que a única coisa que se desenvolveu neste livro foi o jardim e eu não queria saber do jardim.
Apesar de tudo isto, a amizade entre o Matt e a Jasmine é bastante querida e percebe-se que se preocupam um com o outro. Contudo, a forma como esta se desenvolveu foi um pouco estranha e não tão bem feita quanto seria de esperar de um livro que se foca exclusivamente nisso.
Não considero um livro mau, mas também não é um livro bom, na minha opinião. Teve os seus momentos, que fizeram com que conseguisse ler este livro relativamente rápido e não desistir dele imediatamente. Mesmo assim, penso que se tiverem curiosidade em ler algo da autora pela primeira vez, o melhor é mesmo começar pela How to Fall in Love, que tem uma história bem construída e com ligação do inicio ao fim.
A autora acaba por ter algo na sua escrita ou na forma como constrói as suas obras que nos fazem ler imenso sem dar-mos por isso, mesmo que a história não nos agrade.
Não consigo dar mais que 2 luas a este livro, com muita pena minha porque achei mesmo que esta autora se tornaria uma das minhas preferidas. Contundo, ainda não desisti de ler outros livros da sua autoria, mas por agora fico por aqui e só me arrisco noutro quando me esquecer do fiasco que este foi e apenas me lembrar da perfeição que o outro é.
Admito que ao longo desta opinião fui comparando bastante os dois livros que li da autora, mas não o consegui evitar pois fiquei bastante desiludida com este livro. O meu único arrependimento é ter gasto os meus pontos na fnac neste livro, quando há tantos outros que preferia ter comprado. Uma coisa certa que aprendi com este livro é que, por muito que gostemos do autor, o melhor é mesmo ler a sinopse com atenção e ver mesmo se queremos ler o livro porque nem sempre estas aventuras correm bem.
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