Título: Dash & Lily's Book of Dares
Autor(a): Rachel Cohn & David Levithan
Editora: Mira Ink
Formato: Paperback
Dos Mesmos Autores Li Também: Will Grayson, Will Grayson (David Levithan)
I've left some clues for you.
If you want them, turn the page.
If you dont, put the book back on the shelf, please.
Lily has left a red notebook full of challenges on a favorite bookstore shelf, waiting for just the right guy to come along and accept its dares. But is Dash that right guy? Or are Dash and Lily only destined to trade dares, dreams, and desires in the notebook they pass back and forth at locations across New York? Could their in-person selves possibly connect as well as their notebook versions? Or will they be a comic mismatch of disastrous proportions? Rachel Cohn and David Levithan have written a love story that will have readers perusing bookstore shelves, looking and longing for a love (and a red notebook) of their own.
O
Dash & Lily's Book of Dares era o livro mais antigo na minha estante que estava por ler. Comprei-o no final de 2013 mas já não chegou a tempo de o ler no Natal. Depois quis lê-lo no Natal do ano passado mas nessa altura tudo o que me apetecia ler era new adult e mais uma vez ficou esquecido. Este ano decidi que tinha mesmo de o ler e aconteceu, finalmente!
Este livro já é bem conhecido de todos e é sempre mencionado na altura do Natal. Antes deste acho que nunca tinha lido um livro com um tema mais natalício e estava muito curiosa para ver qual seria a minha opinião sobre ele.
Apesar de não o ter achado assim tão natalício quanto isso (mais sobre isso adiante), acabou por ser uma leitura bem divertida.
Ainda estou um pouco indecisa quanto a este livro. Se por um lado houve momentos em que me fez rir até não poder mais, por outro teve momentos tão
over the top que se tornou difícil acreditar na história.
Gostei imenso da Lily, muito mais do que gostei do Dash. Achei-a uma personagens muito fácil de gostar e de me identificar. Gosto de como não vê problemas em fazer as coisas "direitinhas" mas como quer mudar a sua vida e a forma como encara novas aventuras. Gostei bastante dela e houve momentos em que me identifiquei bastante com o que estava a sentir. Apesar das suas extravagâncias, como aquela parte de só ter uma bota (quem já leu sabe ao que me refiro), achei-a uma personagem muito mais
down to earth que o Dash.
Quanto ao
Dash, tive alguns problemas com ele. Sempre que lia o seus capítulos, só me vinha uma palavra à cabeça: pretensioso. Nada do que ele dizia eram coisas que um adolescente diria. Desculpem, mas não consegui suportá-lo muito bem com toda aquela forma de falar e o uso desnecessário de palavras caras. Irritou-me e achei, como já disse, muito pretensioso. O que normalmente as pessoas dizem sobre as personagens do John Green, que são mais velhas do que a idade que supostamente têm, eu nunca tinha ficado incomodada quando isso acontecia nos livros (aliás, muitas das vezes nem reparava assim tanto). Mas neste, isso irritou-me um pouco. Pondo isso de lado, o Dash teve os seus momentos e não o odiei completamente.
Eu percebo a forma como o autor o criou, porque as letras e a escrita são uma grande parte da vida do Dash, mas há uma diferença entre criar uma personagem que demonstra a idade que tem, mesmo usando um vocabulário diferente e mais requintado e criar uma personagem um pouco pretensiosa com uma forma de falar um pouco exagerada.
Gostei da história mas algo em mim esperava sentir mais o espírito natalício. Apesar da acção se passar entre o Natal e o Ano Novo, não achei que focasse tanto nisso quanto estava à espera.
Achei também que faltou alguma credibilidade na história. Okay sim, é uma história, é suposto ser ficção e acontecerem coisas que não acontecem na vida real. Concordo, mas para um contemporâneo esperava um pouco mais de realidade. Uma das coisas que não me saiu da cabeça foi como os pais deixavam os filhos passar o dia de Natal sozinhos. Da parte do Dash até consigo compreender um pouco, mas
o facto dos pais da Lily deixarem os dois filhos em Nova Iorque para poderem ir fazer uma segunda lua de mel é me difícil acreditar. Quer dizer, não havia outras alturas para irem de viagem? Deixam os filhos completamente sozinhos no dia de Natal? Acho estranho. Ainda se fossem pessoas que não ligavam ao Natal, conseguia acreditar, mas a família da Lily tinha tradições e eram uma família grande.
Eu sei que isto é um livro, mas também gosto de alguma realidade neles, especialmente porque sem essa realidade torna-se difícil para mim acreditar na história.
Para além disso, houve momentos muito ridículos e que nunca aconteceriam na vida real, mas não vou falar mal deles porque os achei super divertidos e fizeram-me rir alto muitas vezes.
Quanto à relação, gostei mais dela quando trocavam o caderno do lado para o outro do que quando se encontraram, para ser sincera. Não que não os achasse fofos quando realmente estavam juntos, mas sinto que os autores não nos deram muito dessa parte e, na minha opinião, o livro precisava disso para tornar a relação entre o Dash e a Lily mais sólida. Apesar das coisas um bocadinho pretensiosas
(palavra do dia) que o Dash escrevia, gostei imenso de como partilhavam experiências e desabafavam um com o outro, escrevendo apenas no caderno e passando-o. Gostei também de como as personagens sempre se mantiveram muito realistas no que toca à sua relação pois, só por partilharem um caderno e terem escrito coisas um ao outro, não quer dizer que estivessem apaixonados e que fossem ficar juntos para sempre.
Gostei de como estavam dispostos a ver se a relação funcionava mas não estavam convencidos de que agora se conheciam como ninguém e que iam ficar juntos para sempre. No meio de algumas coisas não tão reais, achei que este pormenor foi muito importante para manter a credibilidade da história.
Gostei também de como o livro não se focou apenas na relação, tal como podia ser esperado. Há um desenvolvimento e crescimento das personagens que gostei imenso de ler, especialmente da parte da Lily. Também gostei imenso de como os autores optaram por criar uma relação saudável entre o Dash e a sua ex-namorada. Foi engraçado de ler e foi bom não ler sobre uma ex-namorada
bitch que é a má da fita e só existe para mostrar que a protagonista é uma pessoa melhor. Gostei de como mostraram que há relações que acabam e que sim, por vezes é
awkward, mas que não quer dizer que as pessoas não se possam dar bem quando a relação termina ou pelo menos não dizerem mal da outra pessoa quando não há nada de mal a dizer.
O ambiente deste livro também foi algo que gostei imenso. Nova Iorque é uma das cidades que mais quero visitar, por muito cliché que seja, e adorei poder visitá-la na minha cabeça.
Quanto à escrita, gostei muito mais da escrita de Rachel Cohn, que escreveu os capítulos da Lily, do que a de David Levithan. Esta não foi a primeira vez que li algo do autor mas encontrei algo bastante diferente do que encontrei no
Will Grayson, Will Grayson, um livro que escreveu em conjunto com o John Green. As suas metáforas estavam lá, algo que gosto imenso na escrita dele, mas achei que existiram demasiadas palavras caras e desnecessárias. Compreendo que, escrevendo da perspectiva do Dash, se foi essa a personagem que o autor decidiu criar, fazia sentido que escrevesse assim, mas esse facto impediu-me de gostar tanto dos capítulos do autor como gostaria. Por outro lado, gostei imenso da
escrita da Rachel Cohn. Muito divertida e leve mas com significado. Gostei muito e, se a autora lançar algum livro no futuro, talvez me aventure porque, para ser sincera, nenhum dos que já lançou me desperta assim muita curiosidade.
Este livro dava um filme espectacular e, segundo o
IMDb, acho que vai mesmo acontecer. Já há dois filmes para os outros dois livros que estes autores escreveram em conjunto por isso é provável que um filme deste livro também aconteça. Mal posso esperar porque tenho a certeza que vai dar um filme muito querido e divertido. Quanto às outras obras dos autores, talvez leia o
Nick and Norah's Infinite Playlist porque, apesar de já ter visto o filme, não me lembro de nada e até tenho uma certa curiosidade. Quanto ao
Naomi and Ely's No Kiss List, não tenho muito interesse em ler o livro mas talvez veja o filme que saiu este ano. Segundo
este site vão sair mais dois livros destes autores, um uma continuação do
Dash and Lily's Book of Dares, o
Twelve Days of Dash and Lily, que sai em 2016 (supostamente) e que mal posso esperar por ler, e ainda uma nova história,
Sam & Ilsa, que também me deixa muito entusiasmada.
Concluindo, o
Dash & Lily's Book of Dares é o livro ideal se quiserem uma leitura muito divertida e que parece uma comédia romântica. Tem os seus momentos de realidade, mas também acontecem muitas coisas não tão reais. Não é tão natalício quanto esperava mas é uma boa leitura para esta altura do ano.
FELIZ NATAL!!!!
3.5